Poeta Tamar Levi
À sombra das algarobas
Descansei o meu amor
Nuvens passaram no céu
Vi o sol se por
À sombra das algarobas
Descansei o meu amor
Nuvens passaram no céu
Vi o sol se por
E a noite de estrelas
Me encontrou
Ah ! se o tempo tivesse
Parado, mas não parou.
E a chuva levou
O meu soneto
Que escrevi com gravetos.
Ah! se o tempo não tivesse
Passado, mas passou.
À sombra das algarobas,
Folhas verdes debulhadas,
Pelo vento levadas.
Vento errante, lamuriante,
Como o aboio distante
De um vaqueiro assombrado
Hoje descanso esta dor
À sombra das algarobas.
Copas verdes tão amigas.
Que a seca não alterou.
No chão seco não se escreve
Também não tenho gravetos
E eu nem mais faço sonetos.
Aqui vim só recordar.
Deixo a chuva dos meus olhos
Cair sem refolhos.
Deixo- me chorar.
Tamar Levi