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Administrador de Empresa defende transferência da Capital da Paraíba para Taperoá

O Administrador de empresas, com especialização em Planejamento Operativo, Mário Tourinho sugeriu nesta terça-feira (13), que a população paraibana decida, em plebiscito, se quer ou não a transferência da capital administrativa da cidade de João Pessoa para a de Taperoá.

A sugestão foi feita no programa Bastidores, da TV Master, apresentado pelo jornalista Albeni Galdino.

Tourinho acrescentou que “não tenho projeto, mas uma ideia”, para transferir a capital da região litorânea para o Cariri. Por enquanto, a reflexão do administrador de empresas ainda não foi assimilada pela classe política.

Ele garantiu que há muita resistência à transferência, “mas a necessidade de interiorização de recursos e obras é uma necessidade”. E lembrou: “Resistência também houve quando transferiram a capital de Salvador para o Rio. E do Rio para Brasília”.

Hoje os habitantes, as verbas, as obras e quaisquer melhorias na Paraíba concentram-se em João Pessoa e Campina Grande.

Tourinho se disse preocupado com a densidade populacional em João Pessoa, “uma das maiores do país”, e com o desconhecimento que os habitantes de João Pessoa têm do interior.

Taperoá, segundo Tourinho, “é a cidade ideal para sediar a capital porque se localiza quase exatamente na metade do percurso entre João Pessoa e Cajazeiras”, extremo oeste do Estado.

Mário Tourinho é Administrador, pós-graduado em Planejamento Operativo, já atuou na administração pública federal, estadual e municipal. Ocupou por três mandatos o cargo de presidente do CRA-PB e de diretor do Conselho Federal de Administração. Desde 1993 exerce as funções de Diretor Executivo da AETC-JP.

Heraldo Nóbrega

 

Artigo de Mário Tourinho abordando o assunto:

Taperoá como Capital/PB

Recuamos da idéia que alimentávamos e que já a transmitíramos para algumas pessoas, especialmente políticos e jornalistas, quanto a que a Paraíba pudesse adotar uma outra cidade para sua Capital e que esta cidade coincidisse estar encravada bem no centro do Estado, isto dentro da mesma lógica que levou Brasília a ser o Distrito Federal a partir de 1960. Quer dizer: o centro político-administrativo do país ficou, geograficamente, com melhor eqüidistância em relação ao conjunto das demais unidades federativas. E, do mesmo modo – era nosso pensar -, a Paraíba poderia ter seu centro político-administrativo em uma cidade com melhor eqüidistância geográfica relativamente aos demais municípios paraibanos. Observando-se o mapa geográfico da Paraíba, encontramos, pois, assim, bem no centro, o município de Taperoá.

Esta idéia alimentávamos desde quando concluímos, em 1984, curso de especialização em planejamento operativo, em cuja monografia enfatizávamos a necessidade de interiorização do desenvolvimento estadual , contrapondo-se, portanto, às ações governamentais preponderantemente ao redor de João Pessoa e Campina Grande. Aliás, como que uma crítica àquela situação concentradora, no discurso que fizéramos, como orador da turma, lembrávamos que costumávamos ser críticos do Governo Federal por mais direcionar seus recursos em favor do Sudeste e Sul do país; dizíamos que também costumávamos criticar este mesmo Governo Federal porque, quando direcionava alguns recursos para o Nordeste, fazia-o bem mais privilegiando Pernambuco e Bahia, em detrimento dos demais Estados; mas, ainda dizíamos que, relativamente a nós mesmos, não nos criticávamos por direcionar os recursos do Estado mais beneficiando João Pessoa e Campina Grande, em detrimento das demais cidades.

Era (e é) essa falta de interiorização do desenvolvimento que acarreta que “todo mundo”, de todos os “rincões”, busque(m), cada vez mais, as Capitais, ao ponto de termos, como no caso da Paraíba e com base nos dados do Censo 2010, um aumento populacional de 9% no âmbito estadual e de 23% em João Pessoa. Essa migração é justificada com argumentos tipo “se em nossa terra só deixam o osso pra roermos e lá na Capital é que fica o filé, por que aqui permanecermos?”. Note-se o que aconteceu decorrente da implantação de Brasília como Capital do país: hoje já são 2,5 milhões de habitantes naquele planalto. Se não tivesse havido a transferência da Capital, certamente o Rio de Janeiro hoje estaria com uns 2 milhões a mais de habitantes, distribuídos, inclusive, em seus morros/favelas. Que maior caos não seria?!…

Apressamo-nos em destacar, porém, que somos pessoense de nascimento e também pelo amor que temos a esta terra. Aquela idéia de tirar-lhe a condição de Capital nascera exatamente por querermos o melhor para esta cidade, tendo em vista que João Pessoa já dispõe das condições sócio-econômicas necessárias à sua própria sustentação independentemente de ser Capital do Estado. Essa interiorização do desenvolvimento, portanto, beneficia-lhe em termos de menor densidade demográfica, consequenciando-lhe melhor qualidade de vida.

Todavia, está-se a perguntar: “E mudou de idéia, por que?”.

– A respeito deste assunto, conversando com Coriolano Coutinho, irmão do governador do Estado, ele justificara não ser necessário mudar a Capital para Taperoá para que ocorra a interiorização do desenvolvimento. Confiava que o atual Governo priorizaria essa diretriz. E agora, segunda-feira (27), o Governo anunciou um pacote de obras de mais de meio bilhão de reais, contemplando 78 municípios paraibanos e prometendo outras ações no mesmo sentido de interiorização. Que assim continue, cabendo-nos, entretanto, proximamente voltar a reportarmo-nos àquela idéia para completar sua explicitação.

 

Mário Tourinho
Mais PB

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