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Novo horizonte

Instituto Nacional do Semi-Árido conclui Plano Diretor, instrumento que norteará suas ações de desenvolvimento para a região. Concurso público vai formar o quadro do órgão.

Instituto Nacional do Semi-Árido conclui Plano Diretor, instrumento que norteará suas ações de desenvolvimento para a região. Concurso público vai formar o quadro do órgão.

O Sertão nordestino, no que se refere a população, exibe o maior número de pessoas sobrevivendo em região de Semi-Árido do mundo. É coisa assim de quase 18 milhões de habitantes. Algo como 20 habitantes por quilômetros quadrados.

Em sua maioria, são pessoas que praticam pequenas atividades econômicas nos mais variados setores, dentre as quais uma agricultura e pecuária sem grande expressão. Há séculos enfrentam períodos de seca e conseqüentemente de fome. É um povo que tem pouca influência política em nível regional e nacional, mas convivendo com um ecossistema resistente e rico.

Aos poucos, um novo horizonte se abre para essa região do Semi-Árido, que tem um diversificado, rico e exlusivo bioma brasileiro, que é a Caatinga. Se trata da presença do Instituto Nacional do Semi-Árido (Insa), que pela primeira vez, neste ano, terá o seu Plano Diretor, que é fruto de um planejamento estratégico para 2008, que envolveu mais de mil pessoas oriundas de 65 instituições. Com esse instrumento o órgão agora passa a ser realmente uma unidade gestora em funcionamento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), conforme conta o diretor do Insa, Roberto Germano Costa.

"É por intermédio de uma ação dessa que se abrem os editais e se estabelecem as políticas públicas para a região do Semi-Árido. Um dos grandes problemas que o Semi-Árido nordestino apresenta hoje são pessoas insistindo com a prática de atividades incompatíveis com as prioridades da região. Ou seja, plantar variedades agrícolas e criar animais que não são adaptáveis à região", esclarece Roberto Costa.

Segundo afirma ele, no ano passado, o Insa encerrou o projeto de Planejamento Estratégico, que servirá de ferramenta para o Ministério da Ciência e Tecnologia planejar suas atividades no decorrer do ano destinadas aos órgãos coligados. O Plano Diretor do Instituto conta com estratégias e metas no que se refere a capacitação de pessoal, ações para tornar o Semi-Árido paraibano com um desenvolvimento sustentável e, ainda, incrementar as pesquisas. Enfim, vai subsidiar políticas públicas que reduzam os problemas e sofrimentos provocados pelas estiagens que assolam a região há séculos.

"O Plano Diretor é como uma carta de navegação que guiará o Insa durante quatro anos. Paralelo a essas ações, o instituto tem trabalhado com outros órgãos nordestinos no sentido de achar soluções para as questões do Semi-Árido nordestino", afirma Roberto Costa.

Por outro lado, a criação e a instalação do Insa, que ocorreu entre os anos de 2004 e 2006, em Campina Grande (PB), marca o início de um novo ciclo de fomento à ciência e à tecnologia na região do Semi-Árido paraibano. A busca de um desenvolvimento sustentável para essa região é um dos grandes desafios, atualmente, por se tratar de um território problemático e possuidor de um grande número de problemas e que mostram estreitas relações, a exemplo do processo rápido de desertificação, um êxodo rural insiste em perdurar até hoje, baixa qualidade de vida. E, ainda, condições climáticas adversas.

"O bioma Caatinga é o bioma que predomina no Nordeste brasileiro. É bastante diversificado e está sofrendo um processo rápido de desertificação", alerta, ainda, o dirigente do Insa.

Os problemas do Semi-Árido integram um cabedal maior de problemas que o Nordeste brasileiro apresenta atualmente. É na região que se encontra um dos maiores bolsões de pobreza do hemisfério ocidental – algo aproximado a 47 milhões de pessoas, que habitam 1/5 do território brasileiro.

"O Semi-Árido nordestino exibe duas épocas distintas quando comparado ao Nordeste brasileiro, qual seja, o verde predomina no período de inverno. E o cinza ocorre durante a seca", lembra Roberto Costa. Ele diz que o Insa, também, trabalha no sentido de se trabalhar as potencialidades da região Semi-Árida. "Essa é uma das grandes vantagens das ações do instituto".

A região Semi-Árida, que ocupa algo em torno de 18% do território nacional, conta com 1,5 milhão de quilômetros quadrados, concentra cerca de 30% da população total do Brasil. "É o semi-árido mais populoso do mundo. Ali habitam algo em torno de 20 milhões de pessoas", completa o dirigente do Insa. É conhecida também como Polígono da Seca.

Outra notícia positiva que envolve o Insa é que, logo mais, o Ministério da Ciência e Tecnologia vai lançar edital, até junho próximo, com o objetivo de promover concurso público. A medida vai beneficiar de forma direta o instituto, que passará a contar com novos técnicos e pessoal qualificado em seu quadro.

"O Ministério é quem vai decidir o número de vagas. Avalio que serão oferecidas 330 oportunidades para todo o Ministério, e o Insa será beneficiado com novos servidores", diz Roberto Costa.

Atualmente, o Insa conta com um corpo técnico formado por zootecnistas, agrônomos e veterinários. Eles são bolsistas e integram um projeto do Ministério da Ciência e Tecnologia, através do Programa de Capacitação Profissional. Eles receberam treinamento sobre o processo que ocorre no Semi-Árido e na Caatinga.

Nordeste brasileiro

O Nordeste brasileiro ocupa aproximadamente 18% do território brasileiro, que corresponde a 1,5 milhão de quilômetros quadrados. É na região que se concentra cerca de 30% da população total do País. O Polígono da Seca, envolve uma extensa área territorial (em torno de um milhão de km2), e abrange a maior parte de todos os estados nordestinos e o norte de Minas Gerais.

O Semi-Árido brasileiro apresenta clima seco e quente e pouca chuva e precipitações em torno de 500 mm. A região exibe uma má distribuição durante o ano, alto índice de evaporação e salinidade, uma vegetação típica (caatinga), rios temporários e secas periódicas. Demonstra uma diversificação nos seus recursos naturais e a sua fauna e flora são totalmente adaptadas ao clima e solo.

Algumas plantas permanecem verdes mesmo em período de estio devido a sua capacidade de armazenar água em seus caules ou raízes. As condições ambientais adversas do semi-árido e a pobreza generalizada propiciam o desmatamento, a prática de irrigação inadequada, pastoreio excessivo e o sobrecultivo, acelerando o ritmo da degradação do solo, dos recursos hídricos e da qualidade de vida da população, culminando no processo de desertificação, já atingindo mais de 55% do território semi-árido nordestino.

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A União

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