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Degradação

– Poluição do Rio Taperoá afeta um milhão de pessoas

Na época em que escreveu o “Romance d’A Pedra do Reino” (década de 70), o escritor paraibano Ariano Suassuna alertou as populações do Cariri para um problema que, no futuro, inquietaria os ambientalistas de toda a Paraíba. Na época em que escreveu o “Romance d’A Pedra do Reino” (década de 70), o escritor paraibano Ariano Suassuna alertou as populações do Cariri para um problema que, no futuro, inquietaria os ambientalistas de toda a Paraíba. Partindo de uma nascente na Serra de Teixeira, no Sertão, o rio Taperoá, considerado um dos principais rios do Estado, já estava sendo destruído pela ação insensata dos homens, morrendo aos poucos, com a ação de inúmeros agentes poluidores.

A advertência do escritor não estava errada. Cerca de 30 anos depois, o Ta-peroá, em quase to-dos os seus 152 quilômetros de extensão, apresenta uma ima-gem desagradável. Afetado por muita po-luição, a maior parte provocada pelo despejo de esgotos, o rio ameaça o fornecimento de água potável para mais de 40 municípios do Cariri, Agreste e Curimataú, onde reservatórios são abastecidos pela sua riqueza hídrica. A situação geral consiste num problema para mais de um milhão de pessoas nas três regiões.

A afirmação é do prefeito de Taperoá, Deoclécio Moura, um dos mais preocupados com o quadro atual do rio e que, desde janeiro, quando assumiu a administração pública municipal, vem buscando apoio de outros gestores e do governo federal para so-lucionar o problema. Em janeiro, o prefeito levou ao conhecimento dos prefeitos dos 32 municípios que compreendem a bacia hidrogáfica do rio Taperoá um projeto de esgotamento sanitário, esquematizado para tratar os esgotos e despejá-los fora do rio. Todos apoiaram o projeto.

Segundo Moura, ao assumir a prefeitura, sua luta em defesa da preservação do rio passou a ter prioridade. A pretensão inicial era buscar recursos para erradicar o problema exclusivamente no município de Taperoá. A atenção passou a ser coletiva quando o gestor passou a investigar a situação por todo o trajeto do rio e descobriu que construir um sistema de esgotamento adequado em Taperoá não resolveria o problema da poluição das águas no afluente.

Os agentes poluidores, entre os quais, lixos hospitalares, agrotóxicos e coliformes fecais, chegam ao rio através dos esgotos de quase todos os municípios que compõem a bacia hidrográfica, exigindo uma participação maciça dos administradores da região atingida. Campina Grande, abastecida pelo açude de Boqueirão, onde ocorre o desaguamento do rio, também é uma das cidades afetadas pela poluição das águas do Taperoá, responsável ainda pelo abastecimento dos açudes de Taperoá e São João do Cariri (Namorados), monitorados pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa).

Após a reunião com os 31 gestores dos municípios caririenses, em janeiro deste ano, o prefeito de Taperoá começou a peregrinação ao Ministério do Meio Ambiente, em busca de apoio do governo federal para o projeto de recuperação do rio. A insistência lhe rendeu uma audiência com a ministra Marina Silva, que garantiu avaliar o projeto (ainda a ser entregue), para a liberação de recursos.

 

 

Fonte: Rosângela Araújo
http://jornaldaparaiba.globo.com

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