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Próxima Parada: Taperoá Paraíba

O repórter Maurício Kubrusly foi ver de perto como uma pequena cidade do sertão se mobilizou em nome da arte.

Com a benção de Fernanda Montenegro, foi lançada a pedra fundamental para trazer pra TV uma obra-prima de Ariano Suassuna: A Pedra do Reino.
O repórter Maurício Kubrusly foi ver de perto como uma pequena cidade do sertão se mobilizou em nome da arte. Com a benção de Fernanda Montenegro, foi lançada a pedra fundamental para trazer pra TV uma obra-prima de Ariano Suassuna: A Pedra do Reino.

A mágica vai acontecer de novo. Taperoá é uma cidade pequena, na Chapada da Borborena, Paraíba. Luiz Fernando Carvalho armou o seu circo encantado. Ele começa a produzir a primeira de quatro minisséries no mesmo espírito de ‘Hoje é Dia de Maria´, só que diferentes. Como sempre, tudo é feito a mão, por pessoas da região.

Raquel Couto, diretora assistente, é a caçadora dos talentos das redondezas. Convoca pelos rádios, serviços de alto-falantes.

Quando a gente assiste na telinha, nem imagina a trabalheira que dá, o mundaréu de detalhes. E o diretor tá sempre por perto, atento a cada minúcia. Tudo isso vai se repetir mais três vezes, porque "A Pedra do Reino" inaugura o projeto quadrante, quatro minisséries, sempre a partir de obras de escritores brasileiros, cada uma realizada em uma região do país.

O Nordeste inaugura a série em junho do ano que vem com uma história que aconteceu lá e está no livro que Suassuna lançou em 1971.

“O sotaque não é um sotaque forçado, ele é uma linguagem natural porque a gente trabalha com os atores locais, as pessoas vão falar naturalmente como elas falam, sem procurar o ‘nordestês’”, diz o diretor Luiz Fernando Caravalho.

O primeiro dia de trabalho é com os atores, portas fechadas. Muitos vão atuar com máscaras e será necessário um outro aprendizado.

“A máscara é o ponto de partida do nosso trabalho, e aí a nossa base de trabalho do ator e da relação com o espectador é o teatro popular, é a linguagem da máscara. Não sei se a máscara é mais expressiva do que o rosto. A máscara não é o rosto de uma pessoa, é o rosto de uma categoria de pessoas, de uma classe social, então ela é uma representação simbólica”, comenta a diretora assistente Thiche Giana.

O ator Ricardo Blat é quem cuida da preparação do corpo de cada ator. Em busca da…

“Melhor maneira de falar com o cotovelo, de falar com a nuca, um zíper aberto de cima até embaixo, abrindo e entregando para eles”, explica Ricardo Blat.

O maestro de todas essas mágicas trabalha sem pressa e a rotina de Taperoá se transforma. A cidade recebe visitas importantes como Fernanda Montenegro, que foi conversar com os atores que viverão os personagens de "A Pedra do Reino", história criada a partir do livro de Ariano Suassuna. Ela fala sobre o trabalho do ator.

“Na verdade a gente tem que todos os dias, ou não, ou de vez em quando, às tantas horas, chegar lá e tentar que baixe o Divino Espírito Santo. Às vezes ele não baixa, você faz todo o ritual e ele não baixa. E às vezes baixa. E quando baixa, não tem nada mais absolutamente arrebatador do que quando ele baixa e por acaso tem uma platéia que está vendo, porque ela vai ser beneficiada”, diz a atriz Fernanda Montenegro.


Fonte: globo.com

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